Sertão do Pajeú sofre com a falta de médicos especializados

A falta de médicos especialistas no Pajeú tem causado transtorno na vida de muitos pacientes. Cidades de porte pequeno são as mais carentes, mas no entanto, municípios-pólo, como é o caso de Afogados da Ingazeira enfrentam o mesmo problema. A população sofre com a falta de cardiologistas, radiologistas, endocrinologistas, pneumologistas, nefrologistas, neurologistas, endoscopistas, cirurgiões torácicos e até ginecologistas. Um exemplo claro disso, são centenas de pacientes de outros municípios que sobrecarregam o sistema público de saúde em Afogados da Ingazeira. Para se ter uma idéia, a marcação de uma consulta para a Dra Albertina Padilha ou Dra Michele Moura custa em média 60 dias.

As duas médicas atendem pacientes de Afogados da Ingazeira e cidades vizinhas. A jornada de Dra Albertina é diariamente ampliada varando noites, porque o dia é pouco para atender à demanda da cidade e ainda suprir a falta de profissionais nas cidades vizinhas. É comum a presença de Kombis, vans e ônibus de prefeituras estacionadas nas proximidades desses centros médicos. É possível encontrar carros lotados que vêm até de municípios paraibanos, a exemplo de Tavares e Princesa Isabel. Acredita-se que os salários baixos e a falta de equipamentos adequados são as principais causas da escassez de médicos no região. Os recém-formados em Medicina evitam trabalhar no interior por conta da distância e falta de estrutura nas cidades, que podem colocar em risco a vida das pessoas.

Itamar França