Centenas de estudantes da Faculdade de Integração do Sertão
(FIS) em Serra Talhada estão se mobilizando contra um reajuste considerado
abusivo no valor de mensalidades e matrículas. Um abaixo-assinado foi
confeccionado e alunos de diversos cursos aderiram ao movimento, que também
pretende entregar um ofício à direção da FIS no sentido de tentar sensibilizar
a administração contra o reajuste.
Um grupo de estudantes de Direito visitou a redação do Farol de
Notícias, nesta terça-feira (14), a fim de expor uma série de insatisfações
sobre a Faculdade. Ele criticam que o aumento está sendo considerado arbitrário
diante a falta de estruturação de alguns cursos. Um dos exemplos citados foi
com relação ao curso de Direito, que ainda não é reconhecido pelo Ministério da
Educação (MEC).
“A mensalidade todos os anos vêm tendo aumento na faculdade e
não vemos progressos na instituição. A FIS já formou várias turmas de Direito,
mas o curso ainda não é reconhecido pelo MEC”, criticou a estudante Cibele
Araújo. Com este último anúncio de elevação nas taxas, um estudante de Direito
irá pagar até R$ 790. E os valores das matrículas ficarão em R$ 810.
“O curso de administração foi considerado um dos piores na
avaliação do Enade e fora as obras de que estão sendo feitas lá mal acabadas,
sem contar outros problemas do cotidiano, como por exemplo, defeitos em
ar-condicionados”, reforçou o estudante Anderson Ferraz.
Outra cobrança é sobre a ausência de Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) na Faculdade de Integração do Sertão. O Fies é um programa do
MEC destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes
matriculados em instituições não gratuitas e uma grande oportunidade de acesso
à educação superior para alunos carentes.
Na visão do
estudante Leonardo Lino dos Santos, o aumento não se justifica também pela
falta de preparação de alguns docentes. “Estamos tendo aulas, em certas
cadeiras, onde o professor não tem especialização naquela matéria”. Ele cita
também que o aumento no valor da mensalidade da FIS a coloca entre as mais
caras de Pernambuco e que, por isso, os estudantes querem o retorno à altura do
que estão sendo obrigados a pagar.
“Só citando um exemplo: o nosso curso de Direito Constitucional
se vê em apenas dois semestres. Já em outras faculdades como a Católica, de
Recife, e outras instituições em Petrolina, cuja a mensalidade é praticamente
este valor, essa cadeira é vista em quatro semestres”, comparou, reforçando que
a carga horária e o número de disciplinas estudadas na FIS estão em desacordo
com o padrão de outras grandes faculdade de Direito no Estado.
“Muitos terão que trancar ou transferir seus cursos para outras
instituições devido esse aumento que está sendo cobrando acima da nossa
realidade social em Serra Talhada”, complementou a estudante Májylla Cabral.
Com a mobilização crescendo, os estudantes da FIS montaram um grupo no Facebook
chamado MCAA (Movimento Contra Aumentos Abusivos), com quase 500 membros.
Entre as críticas mais severas espalhadas na rede social surge a
de que a FIS estaria encarando a educação apenas como “negócio” e que os
administradores não explicaram aos alunos os motivos do aumento. Além da
elevação de mensalidades e matrículas, as reposições de prova subiram de R$ 10
para R$ 30.