Alguns agricultores que possuem propriedades as margens
da Barragem de Ingazeira se mobilizaram e juntamente com os Sindicatos Rurais
de Tabira, Ingazeira, Tuparetama e São José do Egito e a Fetape, convocaram uma
reunião com o DNOCS. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, esteve
representado através da funcionária, Joseane Silva de Carvalho, da comissão de
desapropriação. Ela se reuniu com os proprietários de terras no canteiro de
obras da Barragem na última terça-feira (12).
No mesmo dia outra reunião com o mesmo objetivo foi realizada em Tuparetama, no
Centro Social Professor José Rabelo, e contou com as presenças dos prefeitos
Dêva Pessoa de Tuparetama e Romério Guimarães de São Jose do Egito, o vereador
Joel Gomes e as famílias proprietárias das terras.
Na pauta das duas reuniões, as indenizações das propriedades. Os proprietários
reivindicam preços justos nas indenizações das terras e benfeitorias, pois
segundo os moradores os valores são muito baixos e não daria para eles
comprarem outras terras. Outro problema seria que o DNOCS só pagaria as
indenizações, aos proprietários que tenham a escritura da terra.
O vice- presidente da Comunidade Cachoeirinha, Elias Alves Bezerra, durante a
reunião no canteiro de obras, falou do impasse entre os moradores e o DNOCS.
“Eu acho muito errado isso que está acontecendo, há tantos anos que moro aqui e
já estou com 72 anos e o que herdei dos meus pais e de meus avós, não tenho o
direito. O DNOCS vai fazer a barragem e nós ficarmos morando de baixo de uma
lona ou de um pé de pau? Por que condições de fazer casa aqui você não acha um
que tenha, se ele vender tudo quanto tem ainda não faz,” declarou o agricultor.
O vereador Joel Gomes, que foi um dos organizadores da reunião em Tuparetama,
classificou como construtivo o encontro, segundo ele, o DNOCS vai considerar as
pessoas que não tem documentos, mas detêm a posse e exercem atividades nas
terras o direito de proprietário, podendo assim estarem aptos a receberem as
indenizações. Entre as ações que foram encaminhadas é que os proprietários
poderão recorrer à Usucapião, para comprovar a propriedade das terras. Joel
disse que essa medida vai ser boa para os moradores da região que poderão
receber as indenizações não apenas pelas melhorias no terreno, mas receberão
também pelas as terras, ele destacou ainda a preocupação com a não paralisação
da obra. “A grande preocupação é que estas pessoas precisam receber suas
indenizações, mas não podemos deixar a obra parar,” disse Joel.
Itamar França